11.10 - Ηράκλειο
Todo mundo que frequenta aquele puteiro escondidinho ali numa travessinha da rua Aurora tem que dar uma passeada pela Jhennifher, senão não valeu. Do mesmo modo, é inconcebível vir a Creta e não visitar o templo de Knossos. Minotauro e aquelas frescuras, vocês sabem. Mas nem por isto foi menos desapontador. Principalmente por quem antes já havia passado por Pompéia e mesmo dado uma rasante por Herculano. Sítio arqueológico pequenininho, com ruínas bem menos preservadas (tá bom, concedamos que têm uns 5 séculos a mais de idade), pouco mais do que aqueles caminhos de pedra no chão onde antes havia paredes das casas, com alguns pedaços questionavelmente reconstruídos com cimento e tinta Suvinil pelo arqueólogo que desenterrou aquela merda toda, para dar uma noção um pouco melhor do que teria sido o palácio um dia, com ampla margem para reinvenção e criatividade sua, porque, enfim, de concreto pouco havia sobrado sobre o solo. E aquele sol sulfúrico sobre a cabeça, fazendo todos buscarem refúgio sob alguma eventual sombrinha. 15 euros por vivente.
Pro almoço, voltamos para o agradável centro da cidade. Um restaurante propagandeava no menu pratos que pareciam ter uma cara suficientemente típica, mas sem a parte da berinjela. O que veio, porém, foram porções ainda mais minúsculas do que as daquele restaurante tratante em Palermo, não mais do que entradinhas para um prato principal não pedido, a mais de 5 euros a porçãozinha. Talvez por consciência pesada, a garçonete nos trouxe, de cortesia uns pedacinhos de um bolo nêga maluca. Simpático, mas insuficiente enquanto prêmio de consolação.
Voltamos para o hotel para fazer uma horinha pré-caminhada, pela simples necessidade de sair de baixo do sol e refrescar um pouco o couro cabeludo com um ar condicionado.
No final da tarde, num horário esquisito, 18:35, num lugar esquisitamente afastado da cidade, começou mais uma caminhada. Tocada por uma futura colega minha, terceiranista de Medicina, pensando em fazer psiquiatria. Bem mediana, mas pelo menos já não embaixo do sol.
O jantar nos redimiu. Por menos do que o pago nos farelinhos que nos foram trazidos no almoço, um pratão que três teria comido com fartura, e quatro teriam comido suficientemente.