07.10 - Catania
Mais uma cidade em que venho parar em homenagem a uma música que ouvi, Otto di Catania, do Yello. Só ontem fui pesquisar, e a canção nem remete a um personagem real, então poderia ser Otto de qualquer lugar. Poderia mesmo ser qualquer pessoa de qualquer lugar. Mas tá valendo, qualquer que seja a inspiração para vir parar em algum canto, quando a gente chega encontra algo completamente diferente do imaginado mesmo.
Este batidão de uma cidade por dia de ultimamente, mesmo quando a cidade é pequena e não renderia uma estada mais longa, é bem exaustiva, nem tanto num sentido de estafante, como se fosse necessário andar 20 km para conhecer tudo em uma tarde, mas porque é mentalmente cansativo este algoritmo de ler sobre o lugar na véspera, marcar pontos de interesse no mapa, ir lá passar na frente de um por um, seja porque são sucessões de igrejas bobas, seja porque custa dinheiro pra entrar, e aqui a mão é mais fechada do que o fuleco do Pablo Marçal quando viu aquela cadeira voando em direção à sua cabeça.
Hoje foi um dia assim, não desinteressante mas um tanto mecânico, não dando tempo para o envolvimento com a cidade, ou lugares dela chegar, devido à correria. Coisa piorada pela maldição da segunda-feira, com todos os museus fechados. Não que fôssemos entrar se, mesmo abertos, custassem dinheiro.
Já que amanhã o avião sai cedo, resolvemos ficar num hotel já próximo ao aeroporto e, portanto, longe do centro da cidade. Hotel não, uma edícola num daquele estacionamento para pessoas que vão viajar. Tudo meio improvisado, mas suficientemente decente.
Deu trabalho descobrir um ônibus de linha que nos levasse daqui ao centro, o bicho demorou horrores pra passar e depois, lá dentro, o motorista, como em Herculano, não tinha o bilhete pra vender. Mas o daqui deixou barato. Economizamos um euro por cabeça.
Pra nos despedirmos da comida italiana, resolvemos almoçar numa trattoria. Macarrão à metade do preço daquele restaurante miserável em Palermo, então pedimos dois. As porções eram mais dignas, o sabor infelizmente também menos memorável. Mas a estrela da refeição foi uma polpeta de carne de cavalo! Sabor suave, não desagradável mas meio sem graça, parecido com comer a professora de ioga lá da academia.
Voltamos a pé, também num clima de tchau Itália, e antes das 6 da tarde já havíamos encerrado a fatura.